12/05/2009

Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo - um comunicador nato


Assistir ao documentário Paulo Gracindo – O Bem Amado é um aprendizado da arte de atuar, da arte de comunicar e da arte da vida. Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo ou Paulo Gracindo brilhou nos palcos, no rádio (como radioator e apresentador de programa) e na TV com tipos memoráveis e inesquecíveis. Atuava com paixão e intensidade. Não é por acaso que dizia que queria morrer nos palcos.
Paulo Gracindo sem dúvida não morreu, continua bem vivo na pele de Odorico Paraguaçu da novela O Bem Amado de Dias Gomes. Quem não conhece o prefeito de Sucupira? Não vi as grandes novelas de Paulo Gracindo, nasci depois, mas lembro-me dele em Roque Santeiro; no Balança mas Não Cai, com o Primo Pobre, Primo Rico junto de Brandão Filho.
Minha memória viva do ator é de quando dava seus passeios por Laranjeiras, bairro em que ele morava e onde eu moro até hoje. Ele andava com a ajuda do seu acompanhante numa cena de homem frágil, debilitado. Mas quando o via atuar na TV, era um monstro sagrado da arte de atuar, de comunicar, de impostação da voz. Um ator completo que passeava entre o drama e a comédia. Infelizmente não tive o prazer de ver Gracindo no teatro.
Estudando jornalismo tive que fazer um documentário para o rádio. Escolhi fazer sobre Paulo Gracindo que dominou a linguagem do rádio e da TV, veículos estudados no jornalismo. Neste período da pesquisa para o documentário “descobri” o áudio da peça Brasileiro, Profissão Esperança, com Clara Nunes e Paulo Gracindo, no qual o ator declama o poema Cântico Negro do poeta português José Régio. Naquele momento, apenas com o áudio, pude sentir sua interpretação, numa das coisas mais emocionantes e brilhantes que já ouvi. Mas quando vi a cena no documentário, a interpretação de fato, não tive mais dúvidas, Paulo Gracindo já nasceu ator e comunicador, contrariando as perspectivas de seu pai, Graças a Deus....

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